quarta-feira, 18 de abril de 2012

Comerciais de Resident Evil 2 dirigidos por George Romero

Depois de entrar no Youtube para relembrar a introdução do PlayStation, aquela da tela branca que ficava preta, com o logo e a saudosa trilha sonora, cliquei por acidente em um link cujo nome me chamou a atenção. Assisti ao vídeo e tive que efetuar uma pequena pesquisa. Bom, aí vai.
Todos sabemos que George Romero é o "pai" do Apocalipse Zumbi. Conhecemos sua importância na filmografia com o tema e realmente gostamos de como ele incluiu esta cultura à cinegrafia, que repercutiu em outros filmes, livros e jogos de video-game. Exemplo disso é a série Resident Evil, com toda a temática zumbi claramente inspirada nos filmes de Romero. O que me surpreendeu foi encontrar os comerciais televisivos de promoção do lançamento do jogo Resident Evil 2 (Biohazard 2, no original), dirigidos por ninguém menos que o próprio "criador" deste mundo que desejamos, rs. 
São dois comerciais de 30 segundos em live-action, que chegam a ser engraçados, mas têm a marca registrada da fotografia de Romero. Além disso, os zumbis ficaram muito característicos. Os comerciais foram ao ar apenas no Japão, semanas antes do lançamento do jogo.
De acordo com a página do Resident Evil Wiki, o diretor cineasta foi convidado para escrever o roteiro para os filmes de Resident Evil, mas recusou, porque não queria mais fazer filmes sobre zumbis. Posteriormente, Romero mudou de ideia, mas aí já era tarde. Desta vez, foi a direção da Capcom que recusou o roteiro, dizendo que estava "ruim". De qualquer forma, o que quer que Romero tivesse escrito para ser o filme de Resident Evil, nada poderia ser pior do que os filmes sobre os jogos que temos hoje em dia. Esta é a minha opinião, e por aqui não há democracia! rs.
Aí vão os comerciais feitos por Romero. Logo abaixo, o making-of.
Continuem sobrevivendo!

1º Comercial Resident Evil 2 dirigido por George Romero



2º Comercial Resident Evil 2 dirigido por George Romero



Making of Comercial Resident Evil 2 dirigido por George Romero



segunda-feira, 9 de abril de 2012

Bom dia, errantes e sobreviventes! Ontem o pessoal do Zumbiverso Nerd publicou a segunda parte do primeiro capítulo da história zumbi que estou escrevendo. Nossa amiga Lucy acaba de ver os pais sendo atacados por zumbis e não pode fazer nada, já que está trancada em seu quarto, no prédio aonde mora. Agora ela precisa dar um jeito de sair de lá e pensar no que fazer. Acompanhem!


Parte 2

Lucy gritou e gesticulou, mas não houve tempo. Quando perceberam, os zumbis já cercavam a família e o irmão de Lucy investiu contra o primeiro. Desesperada, Lucy assistia a luta vã de pai e filho, que tentavam proteger o corpo já inerte da mãe, estendido ao lado do carro. Não foi menos assustada que a garota ouviu os latidos de Tampo, que conseguira se soltar da coleira para defender a família em apuros. O vira-latas não teve tempo sequer de morder a perna do errante mais próximo aos donos. Foi atacado por três zumbis que não se importavam com os ganidos do animal. Lucy tinha o rosto machucado pelas unhas que, tamanho nervosismo, cravou enquanto chorava e gritava pela família. Quando percebeu que o pai e o irmão, assim como o cachorro e a mãe, não teriam salvação, a garota se encolheu no canto do aposento, com as mãos tapando os ouvidos com muita força. Ainda assim, podia ouvir os gemidos dos zumbis que destroçavam sua família, os gritos do pai e do irmão, que aos poucos iam se calando, mas chegavam abafados aos ouvidos da garota. Lucy chorou e pediu a Deus para que tudo acabasse rápido. As lágrimas escorreram em seu rosto por várias horas, até que a garota caísse no sono, ali mesmo, encolhida no canto do quarto, com as mãos nos ouvidos.
Quando acordou, Lucy não tinha ideia de quanto tempo havia passado. Por um milésimo de segundo, pensou que havia tido um pesadelo, mas logo percebeu que não havia sonhado: o silêncio sepulcral da casa escura era a prova de que a família inteira jazia morta em frente ao prédio. Já era noite, e nenhum som vinha do lado de fora - nem os gemidos dos mortos-vivos, nem seu arrastar de pés. Lucy fez força para vencer o desânimo e se levantou. Apesar do breu, ainda podia distinguir os móveis do quarto, com sua cama desajeitada, as roupas espalhadas, o computador desligado, os pôsteres de artistas que gostava e a coleção de livros do Harry Potter, alinhados na prateleira. Caminhou até a porta para certificar-se de que o irmão realmente a deixara trancada. Era uma noite fria e a brisa do vento trazia um leve cheiro de podridão. Evitando olhar para fora, Lucy fechou a janela que havia lhe servido de camarote para o terrível espetáculo daquele dia. A garota caminhou até a cama e se sentou, tentando não pensar na dor opressora que sentia no peito. Fez cara de choro ao pensar na morte dos pais e do irmão, mas já não tinha lágrimas e a cabeça doeu com o esforço. Limpou o nariz ressecado na manga da blusa e esfregou os olhos castanhos, que ardiam. Passou as mãos pelos cabelos castanhos e lisos, desalinhados, levando as mechas para detrás das orelhas. Deitou-se devagar e voltou a dormir.
Lucy acordou desconfortável com o calor do dia ensolarado que entrava pelos vidros da janela. Um pouco atordoada pelo sono recém desperto, se sentou à beira da cama e percebeu que estava com a garganta seca, lábios rachados, olhos inchados e com fome. Ajeitou os cabelos, calçou o par de Converse que deixava embaixo da cama e foi novamente verificar a porta trancada. Parou por um momento, com a cabeça encostada na madeira fria, tentando pensar em uma solução. Ela precisava sair dali, ir para a cozinha, beber água, comer alguma coisa, talvez tomar um banho, e depois pensar no que fazer. Olhou em volta, por todo o quarto, procurando algo que lhe ajudasse a arrombar a fechadura. Encontrou o removedor de grampos, um objeto de metal que usava para remover os grampos dos trabalhos de escola e organizar tudo por pastas coloridas. Voltou à porta e ficou olhando para a fechadura, tentando imaginar um jeito de abri-la a força. Enfiou a ponta do removedor de grampos no buraco da chave, girou, balançou, mas tudo o que conseguiu foi barulho e uma dorzinha no pulso, que sempre lhe voltava, por conta da tendinite. Por fim, achou melhor tentar arrancar as dobradiças, desparafusando com o removedor e empurrando a folha da porta. Lucy viu que não teria como desparafusar, uma vez que a porta estava fechada e tudo o que ficava exposto das dobradiças era justamente a junção entre as peças. Com raiva, cravou o removedor entre o metal das dobradiças, como se desse uma facada. Um estalo fez com que ela voltasse a prestar atenção no trabalho. O removedor de grampos ficou preso entre as peças da dobradiça e a madeira do batente, que abriu uma pequena rachadura. Lucy olhou em volta atônita e escolheu o livro mais grosso, Harry Potter e o Cálice de Fogo, uma edição especial de capa dura que havia comprado pela internet, para usar como martelo. O removedor de grampos continuava preso ao batente e Lucy não hesitou: com um movimento rápido, bateu com o livro na ponta da ferramenta, que bambeou e se afundou um pouco mais na madeira, com outro estalido. Ela ajeitou o removedor, respirou, e repetiu o movimento. Desta vez a pancada fez com que o objeto se soltasse, mas um dos parafusos da dobradiça parecia estar completamente solto. Lucy ajeitou novamente o removedor entre a dobradiça e o batente e efetuou todo o trabalho. Quando soltou o último parafuso e viu a porta bambear, a garota olhou com tristeza para o livro em frangalhos e o jogou em cima da cama. Afastou-se um pouco e impulsionou o corpo contra a porta, que rangeu, estalou, fez um “creque” e, finalmente, caiu para frente, deixando farpas da madeira estilhaçada no batente e onde ficava a fechadura.

...

Continua

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Olá!

Dia desses comecei a escrever uma história zumbi, que foi surgindo na cabeça.  Agora a coisa está tomando boas proporções. Ontem o pessoal do Zumbiverso Nerd publicou o primeiro trecho do primeiro capítulo. O leitor acompanhará a estudante Lucy, que está sozinha no meio do caos e recebe uma estranha mensagem em seu celular, de um número desconhecido, o que indica que pode haver mais sobreviventes. O primeiro trecho está disponível na sessão de Contos do dia Z: http://zumbiverso.com.br/contos-do-dia-z/





SMS

Não bastasse todos os problemas que vinha enfrentando nos últimos dias, Lucy também tinha que se preocupar com o calor escaldante, que lhe deixava desidratada e fazia os odores dos mortos vivos, que perambulavam pelas ruas adjacentes, ficarem ainda piores. A pouca sorte da garota ao escapar desarmada dos últimos dois zumbis na saída do prédio onde morava, numa pacata vila residencial do interior do Estado, parecia estar se esgotando.
Pela manhã, Lucy recebera uma mensagem em seu celular. Surpresa com o fato de que os sinais ainda fossem capazes de transmitir SMS, a garota leu a mensagem, provavelmente enviada aleatoriamente, e teve certeza de que não era a única sobrevivente em meio aquele caos.
Já não era capaz de precisar a quanto tempo aquilo tudo havia começado. Os pais de Lucy tinham sido mortos, tal qual seu irmão mais velho e o cachorro da família, Tampo, atacado ao tentar defender os donos. Lucy assistira a tudo da janela do terceiro andar, onde morava. Os pais voltavam da igreja, onde o pastor estava reunindo sobreviventes desabrigados. A mãe de Lucy sugeriu a visita à comunidade do pastor para oferecer um quarto no amplo apartamento da família, de modo que a igreja não ficasse sobrecarregada. Quando o pai de Lucy estacionou o carro em frente ao prédio, de volta da missão social, duas daquelas horríveis criaturas se levantaram para lhes atacar. Os corpos espalhados pela rua fizeram com que Lucy e sua família achassem que estavam todos realmente mortos. Eles não sabiam quanto tempo podia demorar para um dos atacados se transformar, portanto não esperavam pelo ataque. Enzo, o irmão de Lucy, também assistia a volta dos pais pela janela, e logo desceu as escadas em disparada para ajudá-los. Antes, porém, trancou a porta por fora, para que Lucy não se arriscasse. Desesperada, a garota bateu e gritou, mas não conseguiu arrombar o quarto. Voltou à janela a tempo de ver o irmão mais velho acertar um dos zumbis com o extintor de incêndio do condomínio. A rua era estreita e não dava muito espaço para a luta, uma vez que o Palio da família estava parcamente estacionado.
Enquanto Enzo estraçalhava a cabeça do morto-vivo que fora ao chão, o outro zumbi conseguiu agarrar a mãe de Lucy pelas costas. A mulher gritou de maneira pavorosa quando a criatura cravou os dentes em sua nuca, arrancando um grande naco de carne e nervos, fazendo com que um jorro de sangue escorresse pelas roupas da dona de casa. O pai de Lucy conseguiu se desvencilhar do cinto de segurança no qual estava preso, abriu a porta do veículo com grande violência e puxou o morto-vivo pelos cabelos, para lhe desferir um soco na sobrancelha. Ele era um homem alto e pesado, com os braços fortes marcados pelos anos de trabalho na construção civil, e aquele soco teria no mínimo desmaiado qualquer oponente em condições normais. No entanto, o zumbi mal percebeu a potência do golpe; com um leve desequilíbrio, o monstro largou o pescoço da mulher e voltou-se para o atordoado pai de família. Antes que o pai de Lucy tivesse qualquer reação, o zumbi lhe agarrou pelos braços e bateu as mandíbulas ferozes com dentes podres na direção de seu rosto. A cabeça do zumbi fez um barulho estridente quando o extintor de Enzo lhe acertou em cheio. O golpe foi tão bem dado, que zumbi, pai e filho perderam o equilíbrio e desabaram sobre o capô do carro, que disparou o alarme imediatamente. Enquanto os três se engalfinhavam no chão, o alarme do sistema antirroubo reverberou pela estreita rua e pelos becos que cruzavam a via, naquele silencioso final de tarde. Lucy, que olhava a tudo aflita da janela, teve um pressentimento ruim sobre o barulho. Ela abafou um grito ao ver que diversas sombras começaram a surgir lentamente de todos os cantos da rua, entre garagens, portões destruídos, das portas abertas dos veículos batidos, das caçambas de lixo, do comércio mais abaixo. Lucy tentou avisar ao pai e ao irmão, que finalmente haviam matado o zumbi e agora verificavam a mãe, que se contorcia agonizante.
CONTINUA